Ao observar as principais cidades do mundo nos últimos meses, já é possível perceber os efeitos da pandemia sobre a mobilidade, como o agravamento da crise dos transportes públicos, decorrente das recomendações de distanciamento e isolamento social, e a adoção de medidas emergenciais fora do domínio do transporte público para as pessoas que precisam continuar a circular. Em artigo, Juciano Rodrigues, pesquisador do Núcleo Rio de Janeiro, argumenta que o "novo normal" para a mobilidade não poderá mais ignorar a bicicleta ou apenas tratá-la como peça de marketing urbano. Nesse sentido, o autor questiona se sabemos o suficiente sobre quem transita por bicicleta para realizar suas atividades, como trabalhar e estudar. Se o "novo normal" vai incluir a bicicleta, quem são as pessoas que estarão nas ruas caso as cidades brasileiras resolvam olhar para outros países e – dessa vez com razão – copiar o que está sendo feito lá fora?
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