O caso Maceió/Braskem é uma manifestação do caráter anti social da lógica rentista-neoextrativista do capitalismo brasileiro, afirma Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro, coordenador nacional do Observatório das Metrópoles. A empresa Braskem realizou intensa e prolongada exploração do subsolo de Maceió, resultando em danos ambientais e estruturais em diversos bairros da cidade. Pesquisadores já alertavam para riscos há uma década, indicando que a exploração do sal gema pela Braskem estava provocando aumento do nível do lençol freático na região. Para Ribeiro, a situação em Maceió encontra semelhança com os desastres de Mariana e Brumadinho (MG), tratando-se de consequências urbanas, ambientais e paisagísticas que resultam da lógica rentista-neoextrativista do atual padrão de acumulação do capitalismo brasileiro. O caso também reforça o abandono histórico das maiorias urbanas pelo Estado, que prioriza atrair grandes capitais, resultando na radicalização das contradições entre as necessidades da população e a acumulação de capital.
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